16 de dezembro de 2011

O Poema do Final Rasteiro


Apesar de todo requinte,
tua fuga indecente
estarreceu meu peito de um jeito
que chegou a doer
por um,
dois
ou três minutos.

O tempo foi curto,
mas o sentimento
foi bruto
o suficiente
e nojento
o bastante
pr’eu te esquecer por completo
no instante seguinte
ao final deste verso ofegante, distante, disperso, direto e ausente
[de afeto.


3 de dezembro de 2011

Peixeira de Baiana


Senhores e senhoras,

como posso confiar nas horas
se o olhar dela
atravessa as madrugadas?

Como posso,
senhoras e senhores,
não lembrar as cores
daquelas íris coloridas?

É de apertar a pupila...
É de deixar de cara.
É tesão
- pra duas vidas.