6 de maio de 2007

Volta e Meia

Thiago Kalu

Antes que eu repita as mesmas emoções passadas,
Atirem-me razões.
Gritem aos meus ouvidos qualquer palavra cheirosa,
Que eu mudo as velas
E deixo a lua por lá mesmo.

Guardem o respeito sob o tapete,
Deixem a chave do lado de fora da porta e, sem ladear quarteirões,
Nunca comprem flores.
Reordenem as fotos na estante
E não chorem lágrimas piráticas
Quando, intimamente, os ecos e escolhas irrigam nostalgias.

Antes que eu envelheça,
Retirem-me do sobrado.
Tragam-me um pouco de mel e algumas cordas,
Que eu desço do barco e busco o inacabado,
Sendo tudo, quase tudo, ou muito daqui, ali e além,
Música exata perto de mim.

Não comam apenas a casca da manga,
Nem usem roupas de pele animal.
Passem um dia nas cavernas.
Economizem palitos de picolé,
Sem priorizar o miolo do pão.
Acendam uma outra luz, utilizando pavios,
Mas também não queiram ser morcegos.

Os sentimentais evitam as estantes.
Eles conhecem o pináculo do campo, o medo,
A retidão, a censura e um pouquinho da mentira.
Correm pela areia da praia,
Buscando o verso da folha em branco,

Mas nunca devem comprar flores.



7 comentários:

Anônimo disse...

Bala, Calá! Refinando a poesia e afinando a silhueta, viva os nomoros bem sucedidos!

Anônimo disse...

Aiai... (suspiro profundo e quase adormecido...)

Raiça Bomfim disse...

Faço minhas as palavras de Roris.

Anônimo disse...

aí, kalu, queria q vc lesse esse poema. Positividade, JAH!
te vejo abrir
os olhos que miram a escuridão
mas neles não vejo a solidão
vejo a vontade
a vontade de quem guarda nos olhos o sangue
a verdade de quem busca no fundo
a sua própria verdade
a coragem de quem olha no espelho,
concentra no centro de sua pupila
e provoca a sinceridade
como o transeunte que na rua passa
e que no olhar devassa o interior da casa
como o gato que sem avisar cruza a janela da alma
contemplo o seu salto
o pulo de quem abre braços
e se atira a abraços
pões suas mãos a desatar todos os laços
vibra como criança que fez seu primeiro golaço
após a dura escalada, o sublime descanço lá no alto
é o lance da alma fluida
e a amnesia da sólida materia
o vôo de longa distância
a unanimidade da constância
o extremo oposto da miseria
é o pai que do filho cuida
é o desvariado desertico samana
é o solitário enigmático druida.
lucas

Lucas disse...

Aí Kalu, man, botei um negocio desse também, passa lá! um abração!

Anônimo disse...

kalu, seu futuro é promissor e de muito sucesso,parabens!!! jrv ?

Carleto Gaspar 1797 disse...

caralho Kalu


O poema foda

Mó domínio da poética


isso aí!

to abrindo uma filial do seu fã-clube aqui no sudeste

brassão!!!!