Apesar de todo requinte,
16 de dezembro de 2011
O Poema do Final Rasteiro
3 de dezembro de 2011
Peixeira de Baiana
26 de outubro de 2011
Rebarba de um Velho
fui um jovem de atitude;
hoje, na maturidade,
um idoso sem idade.
Na minha longa trilha,
aprendi que fervilhar
é ferver a ervilha
e que lentilha
não é comida de velho.
Enxerguei mil maravilhas
na sorte do baralho,
nos amores da novela
e na terapia do novelo;
em ter a pia e a navalha,
que desliza e arranca
minha lisa barba branca,
onde a espuma se espalha
e apruma cada falha
encontrada na carranca
repelida pelo espelho.
Após o atrito da toalha
tricotada pela velha,
o franzir de sobrancelha
do meu riso me consola.
Enquanto me olho,
a memória mergulha
- entre tralhas e entulhos -
numa velha redondilha
que escrevi a minha filha:
Sabedoria é saber que a dor doía
E entender que qualquer dia
Quase toda dor se esvai
E a saudade se desvia,
Mesmo quando a chuva cai
Numa triste melodia.
Deus que me valha!
Será que o tempo
armou alguma armadilha
ou será que nem eu mesmo
escutei o meu conselho?
2 de outubro de 2011
Saudade sem rima
A Maré Cheia
30 de setembro de 2011
Timidez Declarada
embaraças meus olhares
como um show de malabares
aos olhos de uma criança.
E, se é que a gente cansa
de ficar só na conversa,
eu renego qualquer pressa
que destroce a esperança.
Eu prefiro o risco:
em cada olho que eu pisco
deixo clara a vontade,
sem perder a liberdade,
sem atrapalhar a festa.
30 de maio de 2011
Era Ótica
28 de maio de 2011
O Gosto da Vida
2 de maio de 2011
Cinzas Luminosos
2 de abril de 2011
Desnaturado
Apesar de tantas ofensivas humanas,
a Natureza ainda se revela sublime.
Basta olhar nos olhos do homem que sobe montanhas,
chegando ao chão
após o cume,
para ver em teu coração
a pureza de uma criança,
apesar da ganância,
da insana existência do crime,
da política que reprime
e de toda e qualquer atitude da raça
que se endoflagela, se auto-desgraça
e, mesmo sabendo que o tempo apenas disfarça,
finge que cuida e que se redime.
14 de março de 2011
Poesia
Thiago Kalu
Se o contrário da poesia livre
Fosse a poesia presa,
Eu riscaria o meu colchão
E dormiria sobre a mesa.
E brindaria solitariamente;
Beijaria todos os corpos do mundo,
Indiscriminadamente.
Cantaria solidões milenares
Em versos burocráticos
De métricas pares
E pregaria milhares de amores práticos
Aos freqüentadores dos bares mórbidos,
Amolecendo seus corações perdidos e sólidos
[desesperançosos
- com tudo e com todos].
Entretanto,
A poesia é passarada sem dono,
Que risca o céu num contra-plano
De pensamento e sentimento.
... para além dos aquários cerebrais
É cardume
Que atravessa qualquer oceano
E quando chega às mãos do humano...
- ora alimento, ora extrume.
.... ela migra por continentes mentais.
Se a poesia tivesse contrário,
Eu viveria contrariado
Quase todo santo dia
E a moça bela do calendário
Decretaria o feriado -
Santo Dia da Poesia.
31 de janeiro de 2011
À Rosa da Praia
Sinto-me estranho;