12 de agosto de 2014

Manteiga Derretida

Eu nunca chorei direito.

Amadureço
e desaprendo ainda mais o choro.
Mesmo assim por tudo choro.

Deságuo despedidas.
Gotejo emoções cotidianas.
Chovo saudades ingratas.
Amo em cataratas.

Sou rio em conquistas minúsculas.
Viro orvalho quando falho,
E sigo apenas uma regra:
só engulo lágrima que alegra.

Não por saber que o sabor é mais tenro,
mais ameno,
mais solúvel na saliva.

Acontece que o choro
é matéria viva

e não se deve reciclar tristezas.

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