11 de junho de 2015

Passeio Constante

Pinto paisagens praianas.
Atravesso rios, trilho areais, cruzo paralelas.

Vejo chão e água,
vejo mar e ilha
e a lembrança perene
do olhar de Marília.

Onde é que ela mora?
Quais mares  frequenta?
Tem menos de trinta?
Será que ela gosta de rap?

Visitaria sua casa pelo google map.
Ficaria vidrado na sua janela.

A lembrança perene...
O rio vazante...
A memória recente dos olhos dela.

Sinto a margem, a foz, a noite eterna...
Grudo minha caneta no caderno que carrego apoiado na perna
à procura do poema que já nasce pronto.
As estrelas preenchem o céu que transborda
e eu apenas aponto.

Durmo sob amendoeiras.
Repouso na incerteza.
Descanso no frescor da aventura.
Sua beleza duradoura,
seu cheiro dourado.
Minha memória viajante.
Um passeio constante naquilo que vejo.
Uma tarde em Sarajevo,
uma noite em Caraíva
e a lembrança perene do olhar de Marília.

Um comentário:

Anônimo disse...

Coisa mais linda! Queria eu ser essa tal Marília...