20 de janeiro de 2016

Sem Telha

Estou sentado à beira da praia
num banco de madeira de um casebre.
Tenho vinte e nove anos e estou prestes
a escrever um poema de amor.

Qualquer poema que valha
minha presença calada
nesta cabana de palha.

Relembro canções incompletas.
[Centenas].
Estrelas deslizam cadências.
[Centelhas].

Desligo a lanterna
e começo o poema.
Três passos à frente
e o céu é meu teto sem telha.

Poesia sem palavra.
Versos afogados no imaginário.
Este momento faminto,
este silêncio sedento,
e a boca do mar engolindo meu vocabulário.

CONCLUA:
já que a gente estremece
COM QUALQUER LUA,
como pode a saudade ser tão redundante?

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