8 de dezembro de 2010

Apenas Isto

Thiago Kalu

Eu desisto.
Sem covardia nem sinais de fragilidade -
Simplesmente desisto.

Eu insisto:
É sem covardias ou fragilidades -
Mas, sinceramente, eu desisto.

Eu vi minha perseverança estraçalhada
E toda esperança espremida
Em lágrimas secas e duras
Tal qual pedaços de vida
Que apodrecem as laranjas maduras
Colhidas na beira da estrada.

Eu desisto.
Sem arrodeios, sem teorias -
Assim como se diz: Deus quis, eu existo

Eu insisto:
Quaisquer devaneios permitem poesias -
Amanhã, eu acordo feliz e despisto.

Vou entender que a vid’andadura
E deixar essa lágrima apodrecida;
Juntar a esperança colhida
E a perseverança parida e pirada;
Escolher um pedaço da estrada
Espremer e beber a laranja madura.

Não sei se desisto ou insisto
Só sei que resisto.

2 comentários:

Nyala... disse...

como gosto desse gosto quem teus versos...

Nyala... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.